O ozônio diminui a qualidade do sêmen em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico

Carregando...
Imagem de Miniatura
Citações na Scopus
14
Tipo de produção
article
Data de publicação
2016
Título da Revista
ISSN da Revista
Título do Volume
Editora
ELSEVIER SCIENCE INC
Citação
REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, v.56, n.3, p.212-219, 2016
Projetos de Pesquisa
Unidades Organizacionais
Fascículo
Resumo
Objective: To investigate the deleterious effects of air pollutants exposure in the Sao Paulo metropolitan region on semen quality in systemic lupus erythematosus (SLE). Methods: A seven-years longitudinal repeated-measures panel study was performed at the Laboratory of Experimental Air Pollution and Rheumatology Division. Two semen samples from 28 post-pubertal SLE patients were analyzed. Daily concentrations of air pollutants exposure: PM10, SO2, NO2, ozone, CO, and meteorological variables were evaluated on 90 days before each semen collection dates using generalized estimating equation models. Results: Intravenous cyclophosphamide (IVCYC) and ozone had an association with a decrease in sperm quality of SLE patients. IVCYC was associated with decreases of 64.3 million of spermatozoa/mL (95% CI 39.01-89.65; p = 0.0001) and 149.14 million of spermatozoa/ejaculate (95% CI 81.93-216.38; p = 0.017). With regard to ozone, the most relevant adverse effects were observed from lags 80-88, when the exposure to an interquartile range increase in ozone 9-day moving average concentration led to decreases of 22.9 million of spermatozoa/mL (95% CI 5.8-40.0; p = 0.009) and 70.5 million of spermatozoa/ejaculate (95% CI 12.3-128.7; p = 0.016). Further analysis of 17 patients that never used IVCYC showed association between exposure to ozone (80-88 days) and decrease of 30.0 million of spermatozoa/mL (95% CI 7.0-53.0; p = 0.011) and 79.0 million of spermatozoa/ejaculate (95% CI 2.1-155.9; p = 0.044). Conclusion: Ozone and IVCYC had a consistent adverse effect on semen quality of SLE patients during spermatogenesis. Minimizing exposure to air pollution should be taken into account, especially for patients with chronic systemic inflammatory diseases living in large cities.
Objetivo: Investigar os efeitos deletérios da exposição aos poluentes do ar na Região Metropolitana de São Paulo sobre a qualidade do sêmen de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). Métodos: Foi feito um estudo longitudinal de painel com medidas repetidas de sete anos no Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental e Reumatologia. Foram analisadas duas amostras de sêmen de 28 pacientes com LES pós-púberes. Foram avaliadas as concentrações diárias de exposição aos poluentes do ar PM10, SO2, NO2, ozônio e CO e variáveis meteorológicas 90 dias antes de cada data de coleta de sêmen com o uso do método de equações de estimativas generalizadas. Resultados: A ciclofosfamida intravenosa (CICIV) e o ozônio estiveram associados a uma diminuição na qualidade do sêmen dos pacientes com LES. A CICIV esteve associada a um decréscimo de 64,3 milhões de espermatozoides/mL (IC 95% 39,01-89,65; p = 0,0001) e 149,14 milhões de espermatozoides/ejaculado (IC 95% 81,93-216,38; p = 0,017). Em relação ao ozônio, os efeitos adversos mais relevantes foram observados entre os lags (intervalo de tempo) 80 e 88, quando a exposição a uma concentração média de ozônio um intervalo interquartil maior em nove dias móveis levou a um decréscimo de 22,9 milhões de espermatozoides/mL (IC 95% 5,8-40; p = 0,009) e 70,5 milhões de espermatozoides/ejaculado (IC 95% 12,3-128,7; p = 0,016). Uma análise mais aprofundada dos 17 pacientes que nunca usaram CICIV mostrou associação entre a exposição ao ozônio (80-88 dias) e o decréscimo de 30 milhões de espermatozoides/mL (IC 95% 7-53; p = 0,011) e 79 milhões de espermatozoides/ejaculado (IC 95% 2,1-155,9; p = 0,044). Conclusão:O ozônio e a CICIV tiveram um efeito adverso consistente sobre a qualidade do sêmen de pacientes com LES durante a espermatogênese. Deve-se considerar a minimização da exposição à poluição do ar, especialmente para pacientes com doenças inflamatórias sistêmicas crônicas que vivem nas grandes cidades.
Palavras-chave
Systemic lupus erythematosus, Air pollution, Sperm quality, Fertility, Cyclophosphamide, Lúpus eritematoso sistêmico, Poluição do ar, Qualidade do sêmen, Fertilidade, Ciclofosfamida
Referências
  1. Agarwal A, 2003, FERTIL STERIL, V79, P829, DOI 10.1016/S0015-0282(02)004948-8
  2. Almeida BP, 2013, CLIN RHEUMATOL, V32, P1075, DOI 10.1007/s10067-013-2215-5
  3. Andress H.-J., 2013, APPL PANEL DATA ANAL
  4. BOMBARDIER C, 1992, ARTHRITIS RHEUM, V35, P630, DOI 10.1002/art.1780350606
  5. [Anonymous], 1984, VOLUME TESTICULAR
  6. Cooper TG, 2010, HUM REPROD UPDATE, V16, P231, DOI 10.1093/humupd/dmp048
  7. Farhat SCL, 2013, CHEST, V144, P1186, DOI 10.1378/chest.12-2414
  8. Farhat SCL, 2011, AUTOIMMUN REV, V11, P14, DOI 10.1016/j.autrev.2011.06.008
  9. Fraga J, 2011, INT J ENV RES PUB HE, V8, P4013, DOI 10.3390/ijerph8104013
  10. Gladman D, 1996, ARTHRITIS RHEUM, V39, P363, DOI 10.1002/art.1780390303
  11. Gryparis A, 2004, AM J RESP CRIT CARE, V170, P1080, DOI 10.1164/rccm.200403-333OC
  12. Guven A, 2008, ANDROLOGIA, V40, P346, DOI 10.1111/j.1439-0272.2008.00867.x
  13. Hammoud A, 2010, FERTIL STERIL, V93, P1875, DOI 10.1016/j.fertnstert.2008.12.089
  14. Hansen C, 2010, ENVIRON HEALTH PERSP, V118, P203, DOI 10.1289/ehp.0901022
  15. Hochberg MC, 1997, ARTHRITIS RHEUM, V40, P1725, DOI 10.1002/art.1780400928
  16. Johnson L, 2010, COMPREHENSIVE TOXICOLOGY, VOL 11: REPRODUCTIVE AND ENDOCRINE TOXICOLOGY, 2ND EDITION, P5
  17. Knuckles TL, 2007, J TOXICOL ENV HEAL A, V70, P1824, DOI 10.1080/15287390701459213
  18. Kosmider B, 2010, FREE RADICAL BIO MED, V48, P1513, DOI 10.1016/j.freeradbiomed.2010.02.032
  19. Moraes AJP, 2008, BRAZ J MED BIOL RES, V41, P1142, DOI 10.1590/S0100-879X2008001200016
  20. Nukumizu LA, 2012, SCAND J RHEUMATOL, V41, P476, DOI 10.3109/03009742.2012.688218
  21. Ostensen M, 2011, RHEUMATOLOGY, V50, P657, DOI 10.1093/rheumatology/keq350
  22. Rabelo CN, 2012, LUPUS, V21, P251, DOI 10.1177/0961203311422715
  23. Rabelo CN, 2013, CLIN RHEUMATOL, V32, P109, DOI 10.1007/s10067-012-2083-4
  24. [Anonymous], 1994, PHYSL REPROD
  25. [Anonymous], 2000, WHO WHO STANDARDIZED
  26. Rubes J, 2005, HUM REPROD, V20, P2776, DOI 10.1093/humrep/dei122
  27. Selevan SG, 2000, ENVIRON HEALTH PERSP, V108, P887, DOI 10.2307/3434998
  28. Silva CAA, 2007, LUPUS, V16, P593, DOI 10.1177/096120330707077538
  29. Silva CAA, 2002, J RHEUMATOL, V29, P2000
  30. Silva CA, 2012, CLIN REV ALLERG IMMU, V42, P256, DOI 10.1007/s12016-011-8281-z
  31. Silva CA, 2010, ARTHRIT CARE RES, V62, P1682, DOI 10.1002/acr.20323
  32. Soares PMF, 2007, ARTHRITIS RHEUM, V56, P2352, DOI 10.1002/art.22660
  33. Sokol RZ, 2006, ENVIRON HEALTH PERSP, V114, P360, DOI 10.1289/ehp.8232
  34. Suehiro RM, 2008, RHEUMATOLOGY, V47, P1692, DOI 10.1093/rheumatology/ken338
  35. Vecchi AP, 2011, LUPUS, V20, P512, DOI 10.1177/0961203310384121
  36. Veras MM, 2010, J TOXICOL ENV HEAL B, V13, P1, DOI 10.1080/10937401003673800
  37. Vidotto JP, 2012, LUPUS, V21, P526, DOI 10.1177/0961203312437806
  38. Watkinson WP, 2001, ENVIRON HEALTH PERSP, V109, P539, DOI 10.2307/3454666