Sexualidade e reprodução: discutindo gênero e integralidade na Atenção Primária à Saúde

Carregando...
Imagem de Miniatura
Citações na Scopus
8
Tipo de produção
article
Data de publicação
2013
Título da Revista
ISSN da Revista
Título do Volume
Editora
IMS-UERJ
Citação
PHYSIS: REVISTA DE SAúDE COLETIVA, v.23, n.1, p.73-92, 2013
Projetos de Pesquisa
Unidades Organizacionais
Fascículo
Resumo
The notion of integral care, established as a principle for actions and policies in the Brazilian Unified Health System (SUS), has guided various discussions in the field of Collective Health. Following the direction of the debate on comprehensiveness-gender, this paper explores the (dis)articulation between sexuality and reproduction in the assistance provided to women and men in facilities of Primary Health Care (PHC). To that end, it makes a double appropriation of the idea of relationship, regarding men-women and sexuality-reproduction as inherently relational. This study is part of a multicentered qualitative survey conducted to investigate the relationship between men and PHC facilities. It uses data from ethnographic observation of four Family Health Units, located in the Brazilian states of Rio Grande do Norte and Pernambuco. The results point to disarticulations in the organizational structure of the facilities, which compromise the effectuation of an integral health care for men and women. Accordingly, the discourses and practices of health professionals (re)produce fragmentations in the assistance, especially on the basis of the association men-sexuality and women-reproduction. Taking the comprehensiveness as a horizon, it points to the need for a (re)articulation between sexuality and reproduction that, instead of subordinating one to another, allows the recognition of the various expressions of those spheres in concrete experiences of men and women, as well as the dialogue between different interventions related to sexual health and reproductive health starting from the possible points of convergence.
A noção de integralidade, estabelecida como princípio de ações e políticas no SUS, tem norteado diversas discussões no campo da Saúde Coletiva. Na direção do debate integralidade-gênero, este artigo explora a (des)articulação entre sexualidade e reprodução na assistência prestada a homens e mulheres em serviços da Atenção Primária à Saúde (APS). Para tanto, faz uma dupla apropriação da ideia de relação, abordando homens-mulheres e sexualidade-reprodução como intrinsecamente relacionais. O estudo é recorte de pesquisa multicêntrica, de natureza qualitativa, voltada à investigação da relação entre homens e serviços de APS. Utiliza dados provenientes da observação etnográfica de quatro Unidades de Saúde da Família (USF), localizadas nos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os resultados apontam para desarticulações na estrutura organizacional das USF que comprometem a efetivação de uma atenção integral à saúde de homens e de mulheres. Nessa direção, os discursos e práticas dos/as profissionais de saúde (re)produzem fragmentações na assistência, sobretudo em função da associação homens-sexualidade e mulheres-reprodução. Tomando-se a integralidade como horizonte, aponta-se para a necessidade de uma (re)articulação entre sexualidade e reprodução que, ao invés de subjugar uma a outra, possibilite reconhecer as diversas expressões dessas esferas nas vivências concretas de homens e mulheres, assim como o diálogo entre diferentes intervenções relacionadas à saúde sexual e à saúde reprodutiva a partir de pontos de convergência possíveis.
Palavras-chave
comprehensive health care, reproductive health, sexuality, primary health care, gender, Atenção integral à saúde, saúde reprodutiva, sexualidade, Atenção Primária à Saúde, gênero
Referências
  1. AQUINO E. M. L., 2005, CIENC SAUDE COLETIVA, V10, P19
  2. Ayres JRDM, 2008, SALUD COLECT, V4, P159
  3. Ayres José Ricardo de Carvalho Mesquita, 2004, Interface (Botucatu), V8, P73, DOI 10.1590/S1414-32832004000100005
  4. BRASIL, DST no Brasil
  5. Brasil, 2004, Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes
  6. BRASIL, 2009, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: princípios e diretrizes
  7. BRASIL, 2011, Boletim Epidemiológico: Aids-DST
  8. Brasil, 2006, Política Nacional de Atenção Básica
  9. Carrara Sérgio, 2009, Physis, V19, P659, DOI 10.1590/S0103-73312009000300006
  10. Courtenay WH, 2000, SOC SCI MED, V50, P1385, DOI 10.1016/S0277-9536(99)00390-1
  11. Couto Márcia Thereza, 2010, Interface (Botucatu), V14, P257, DOI 10.1590/S1414-32832010000200003
  12. Figueiredo Wagner dos Santos, 2011, Ciênc. saúde coletiva, V16, P935, DOI 10.1590/S1413-81232011000700025
  13. Figueroa-Perea JG, 1998, CAD SAUDE PUBLICA S1, V14, P87
  14. FIGUEROA-PEREA J.G., 1997, O saber local: novos ensaios de antropologia interpretativa, P85
  15. Gomes R, 2008, Sexualidade masculina, gênero e saúde
  16. Gomes Romeu, 2011, Ciênc. saúde coletiva, V16, P983, DOI 10.1590/S1413-81232011000700030
  17. Laurenti Ruy, 2005, Ciênc. saúde coletiva, V10, P35, DOI 10.1590/S1413-81232005000100010
  18. LEAL O.F., 1996, SEXUALIDADES BRASILE, P119
  19. MACHIN R., 2011, Ciênc. Saúde Coletiva, V11, P4503
  20. MATTOS R. A., 2001, OSSENTIDOS INTEGRALI, P39
  21. Mattos RA, 2003, CONSTRUCAO INTEGRALI, P45
  22. MEDEIROS P.L., 2009, Revista Estudos Feministas, V17, P31
  23. MEDRADO B., 2011, MASCULINIDADES PRATI, P27
  24. MERHY E.E., 2004, Rev - SUS Brasil: cadernos de textos, P108
  25. PINHEIRO T.F., 2012, Boletim do Instituto de Saúde, V14, P49
  26. ROHDEN F., 2001, Uma ciência da diferença: sexo e gênero na medicina da mulher
  27. SCHRAIBER L. B., 2008, SAUDE DO HOMEM EM DE, P7
  28. Schraiber LB, 2005, GENERO SAUDE PROGRAM, P30
  29. SCOTT JW, 1986, AM HIST REV, V91, P1053, DOI 10.2307/1864376
  30. Teixeira RR., 2003, CONSTRUCAO INTEGRALI, P89
  31. Vieira EM, 2002, A medicalização do corpo feminino
  32. Villela W. V., 2003, SEXO VIDA PANORAMA S, P95