Desigualdades socioeconômicas na incidência e mortalidade por câncer: revisão de estudos ecológicos, 1998-2008

Carregando...
Imagem de Miniatura
Citações na Scopus
12
Tipo de produção
article
Data de publicação
2013
Título da Revista
ISSN da Revista
Título do Volume
Editora
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.
Autores
NARDOCCI, Adelaide Cassia
Citação
SAúDE E SOCIEDADE, v.22, n.3, p.878-891, 2013
Projetos de Pesquisa
Unidades Organizacionais
Fascículo
Resumo
INTRODUCTION: Socioeconomic inequalities are manifested in the incidence and mortality from malignant neoplasms. Ecological studies represent a key approach in epidemiology and can contribute for research on the social determinants of health events. OBJECTIVE: To investigate the associations between socioeconomic status and the incidence and mortality from cancer and its types, through review of ecological studies. To define the real importance played by ecological studies in the investigation of this relationship. METHOD: Main regional and international databases were searched for articles in Portuguese, Spanish and English published between 1998 and 2008. RESULTS: 32 eligible studies were included. There was positive and consistent association of the socio-economic level of the area of residence with: incidence of prostate cancer and with mortality by colon cancers in men; incidence and mortality for breast cancer and incidence of colon cancer in women. Negative and consistent association was found for: incidence and mortality of esophagus and stomach cancers; incidence of lung and colon cancers and mortality of larynx and oral cavity cancers in men; for incidence and mortality of esophagus, stomach and cervix cancers and incidence of colon and lung cancers in women. CONCLUSION: Despite the presence of residual effects of area and bias related to the aggregated measurement of socioeconomic level, ecological studies can be efficiently used in the measurement of socioeconomic inequalities in cancer. The use of small geographic units and data from cancer registries in developing countries can contribute to a better knowledge of their health inequalities.
INTRODUÇÃO: Desigualdades socioeconômicas se manifestam na incidência e mortalidade por neoplasias malignas. Estudos ecológicos representam abordagem essencial em epidemiologia e podem contribuir na investigação dos determinantes sociais dos eventos em saúde. OBJETIVO: Investigar associações entre nível socioeconômico e incidência e mortalidade por câncer e seus tipos, através de revisão de estudos ecológicos. Definir a real importância desempenhada pelos estudos ecológicos na investigação dessa relação. MÉTODO: As principais bases de dados regionais e internacionais foram pesquisadas na seleção de artigos em português, espanhol e inglês, publicados entre 1998 e 2008. RESULTADOS: 32 estudos elegíveis foram incluídos. Verificou-se associação positiva e consistente do nível socioeconômico da área de residência com incidência de câncer de próstata e mortalidade pelo de cólon nos homens, e com incidência e mortalidade por câncer de mama e mortalidade pelo de cólon nas mulheres. Associação consistente e negativa foi encontrada para incidência e mortalidade por cânceres de esôfago e estômago, para incidência dos de cólon e pulmão e mortalidade pelos de laringe e cavidade oral, nos homens, e para incidência e a mortalidade pelos de esôfago, estômago e colo uterino e para incidência dos de cólon e pulmão, nas mulheres. CONCLUSÃO: Apesar da presença de efeito residual de área e de viés relacionado à medida agregada de nível socioeconômico, estudos ecológicos podem ser eficientemente utilizados na mensuração das desigualdades socioeconômicas em câncer. Uso de pequenas unidades geográficas e de dados de registros de câncer em países em desenvolvimento pode contribuir para melhor conhecimento de suas desigualdades em saúde.
Palavras-chave
Neoplasm, Socioeconomic Factors, Health Inequalities, Mortality, Incidence, Adult, Câncer, Fatores socioeconômicos, Desigualdades em saúde, Mortalidade, Incidência, Adulto
Referências
  1. Alazraqui Marcio, 2007, Rev Panam Salud Publica, V21, P1, DOI 10.1590/S1020-49892007000100001
  2. ANTUNES J. L. F., 2008, International Journal for Equity in Health, V7
  3. Antunes JLF, 2001, ORAL ONCOL, V37, P345, DOI 10.1016/S1368-8375(00)00113-5
  4. Antunes JLF, 2008, EUR J CANCER PREV, V17, P399, DOI 10.1097/CEJ.0b013e3282f75f17
  5. BARROS M. B. A., 1999, REV BRAS EPIDEMIOL, V2, P34
  6. Brown SBF, 2007, BREAST CANCER RES TR, V103, P233, DOI 10.1007/s10549-006-9361-2
  7. Cavalini LT, 2008, INT J EPIDEMIOL, V37, P775, DOI 10.1093/ije/dyn088
  8. CLARKE C. A., 2005, CANCER EPIDEMIOL, V14, P1141
  9. Conway DI, 2008, INT J CANCER, V122, P2811, DOI 10.1002/ijc.23430
  10. Crew KD, 2006, WORLD J GASTROENTERO, V12, P354
  11. DECHELLO L. M., 2007, International Journal of Health Geographics, V6
  12. DOWNING A., 2008, International Journal of Health Geographics, V7
  13. FAGGIANO F., 1997, SOCIAL INEQUALITIES, P65
  14. FUKUDA Y., 2005, International Journal of Health Geographics, V4
  15. Gilligan T, 2005, CANCER CAUSE CONTROL, V16, P45, DOI 10.1007/s10552-004-1291-x
  16. Harrison RA, 1998, ANN EPIDEMIOL, V8, P327, DOI 10.1016/S1047-2797(97)00231-7
  17. Hashibe M, 2007, J NATL CANCER I, V99, P777, DOI 10.1093/jnci/djk179
  18. ISHITANI L. H., 2000, INFORME EPIDEMIOLOGI, V9, P229
  19. Kawachi I, 2006, CANC EPIDEMIOLOGY PR, P174
  20. KOGEVINAS M., 1997, SOCIAL INEQUALITIES, P177
  21. Lancaster GA, 2006, J EPIDEMIOL COMMUN H, V60, P1093, DOI 10.1136/jech.2005.043356
  22. Liu LH, 2001, J NATL CANCER I, V93, P705, DOI 10.1093/jnci/93.9.705
  23. Liu LH, 1998, CANCER CAUSE CONTROL, V9, P369, DOI 10.1023/A:1008811432436
  24. Mackillop WJ, 2000, CANCER, V89, P901, DOI 10.1002/1097-0142(20000815)89:4<901::AID-CNCR25>3.0.CO;2-I
  25. MCFADDEN K., 2004, The New Zealand Medical Journal, V117
  26. Merkin SS, 2002, AM J PUBLIC HEALTH, V92, P64, DOI 10.2105/AJPH.92.1.64
  27. Ng E, 2004, CAN MED ASSOC J, V170, P1545, DOI 10.1503/cmaj.1031528
  28. Ocana-Riola R, 2004, EUR J EPIDEMIOL, V19, P643
  29. Oliver MN, 2006, AM J PREV MED, V30, pS67, DOI 10.1016/j.amepre.2005.09.008
  30. Parikh S, 2003, INT J CANCER, V105, P687, DOI 10.1002/ijc.11141
  31. PEDROSO M. M, 2003, Desenvolvimento humano no município de São Paulo (2000): uma cartografia socioeconômica como contribuição ao planejamento de políticas públicas
  32. PRADO C. O. M., 2002, Câncer feminino: evolução da mortalidade por câncer de mama e do colo do útero em distritos do município de São Paulo, 1985-1999
  33. Prehn AW, 1998, CANCER CAUSE CONTROL, V9, P511, DOI 10.1023/A:1008809819218
  34. REIS D. O, 2001, Diferenças socioeconômicas na mortalidade por neoplasias malignas no município de São Paulo, 1997
  35. Reyes-Ortiz CA, 2005, MED SCI MONITOR, V11, pRA163
  36. ROWAN S., 2007, HLTH STAT Q, V36, P24
  37. SHACK L., 2008, BMC Cancer, V8
  38. Shipp MPL, 2005, SOUTH MED J, V98, P1076, DOI 10.1097/01.smj.0000184844.01148.10
  39. Sidorchuk A, 2009, CANCER CAUSE CONTROL, V20, P459, DOI 10.1007/s10552-009-9300-8
  40. SINGH G. K., 2003, Area socioeconomic variations in U
  41. Suarez-Varela M. M. Morales, 2004, Archives of Gynecology and Obstetrics, V269, P99
  42. Ueda K, 2005, CANCER SCI, V96, P684, DOI 10.1111/j.1349-7006.2005.00104.x
  43. Wünsch Filho Victor, 2008, Physis, V18, P427, DOI 10.1590/S0103-73312008000300004
  44. Yost K, 2001, CANCER CAUSE CONTROL, V12, P703, DOI 10.1023/A:1011240019516