Profissionais da Estratégia Saúde da Família diante de Demandas Médico-Sociais: dificuldades e estratégias de enfrentamento

Carregando...
Imagem de Miniatura
Citações na Scopus
19
Tipo de produção
article
Data de publicação
2012
Título da Revista
ISSN da Revista
Título do Volume
Editora
UNIV SAO PAULO, FAC SAUDE PUBLICA
Citação
SAUDE E SOCIEDADE, v.21, n.4, p.884-894, 2012
Projetos de Pesquisa
Unidades Organizacionais
Fascículo
Resumo
Professionals of Family Health Strategy (FHS) work in communities where there are complex medical social problems. These contexts may lead them to psychological suffering, jeopardizing their care for the users, and creating yet another obstacle to the consolidation of FHS as the primary health care model in Brazil. The study investigated the difficulties and coping strategies reported by health professionals of the FHS teams when they face medical social needs of the communities where they work. Focus groups and semi-structured interviews were carried out with 68 professionals of three primary care units in the city of Sao Paulo (Southeastern Brazil). Drug dealing and abuse, alcoholism, depression and domestic violence are the most relevant problems mentioned by the study group. Professionals reported lack of adequate training, work overload, poor working conditions with feelings of professional impotence and frustration. To overcome these difficulties, professionals reported collective strategies, particularly experience sharing during team meetings and matrix support groups. The results indicate that the difficulties may put the professionals in a vulnerable state, similar to the patients they care for. The promotion of specialized and long term support should be reinforced, as well as the interaction with the local network of services and communities leaders. That may help professionals to deal with occupational stress related to medical and social needs present in their routine work; in the end, it may as well contribute to the strengthening of FHS.
Os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) atuam em comunidades onde a complexidade de problemáticas médico-sociais pode levá-los a sofrer psicologicamente, com prejuízos ao atendimento aos usuários e à consolidação da ESF como modelo de reorganização da atenção básica no Brasil. Esse estudo investigou as dificuldades e as formas de enfrentamento referidas por profissionais de equipes da ESF frente às demandas médico-sociais apresentadas pelos usuários em seu cotidiano de trabalho. Grupos focais e entrevistas semiestruturadas foram realizados com 68 profissionais de três Unidades de Saúde da Família da cidade de São Paulo. Tráfico e uso de drogas ilícitas, alcoolismo, depressão e violência doméstica são as demandas mais significativas para o grupo estudado. Frente a elas, os profissionais referem formação profissional e capacitação técnica insuficientes, sobrecarga e condições desfavoráveis de trabalho, com sentimentos de impotência e frustração. No enfrentamento das dificuldades, destacam-se as estratégias coletivas, especialmente as reuniões de equipe e apoio matricial, nas quais há troca de experiências, conhecimentos e apoio compartilhado. Os resultados indicam que as dificuldades referidas podem deixar os profissionais da ESF em situação de vulnerabilidade, tal como os usuários por eles atendidos. O investimento no desenvolvimento de competências, o fortalecimento de estratégias de enfrentamento coletivas, assim como maior articulação com as redes de serviços e as lideranças locais, mostram-se necessários para que os profissionais de saúde atuem com menor estresse frente às complexas demandas médico-sociais presentes em seu cotidiano de trabalho, e assim contribuam na consolidação da ESF.
Palavras-chave
Health Personnel, Health Knowledge, Attitudes and Practice, Family Health, Qualitative Research, Pessoal de Saúde, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde, Saúde da Família, Pesquisa Qualitativa
Referências
  1. Silva ACDAE, 2010, SAUDE SOC, V19, P159, DOI 10.1590/S0104-12902010000100013
  2. Andrade EM, 2011, SAUDE SOC, V20, P147
  3. Bachilli RG, 2008, CIENC SAUDE COLETIVA, V13, P51, DOI 10.1590/S1413-81232008000100010
  4. Bousquat Aylene, 2006, Cad Saude Publica, V22, P1935, DOI 10.1590/S0102-311X2006000900025
  5. BRASIL. Ministerio da Saude, 2008, DIARIO OFICIAL 0125, P47
  6. BRASIL. Ministerio da Saude. Secretaria de Assistencia a Saude, 1997, SAUD FAM ESTR REOR M
  7. Camelo S.H.H., 2007, REV ENFERMAGEM UERJ, V15, P502
  8. Campos C.V.A., 2008, REV ADM PUBLICA, V42, P347, DOI 10.1590/S0034-76122008000200007
  9. Campos E. P, 2010, REV APS JUIZ FORA, V13, P46
  10. Campos GWD, 2007, CAD SAUDE PUBLICA, V23, P399, DOI 10.1590/S0102-311X2007000200016
  11. Cezar-Vaz MR, 2009, REV LAT-AM ENFERM, V17, P961, DOI 10.1590/S0104-11692009000600006
  12. Conill EM, 2008, CAD SAUDE PUBLICA S1, V24, P7
  13. FONSECA R. M. G. S, 2009, REV LAT-AM ENFERM, V17, P974, DOI 10.1590/S0104-11692009000600008
  14. Fortes S, 2008, REV BRAS PSIQUIATR, V30, P32, DOI 10.1590/S1516-44462006005000066
  15. Gomes KD, 2009, SAUDE SOC, V18, P744
  16. Goncalves DM, 2008, CAD SAUDE PUBLICA, V24, P1641, DOI 10.1590/S0102-311X2008000700019
  17. Kind L, 2004, PSICOL REV, V10, P124
  18. Kiss LB, 2011, CIENC SAUDE COLETIVA, V16, P1943, DOI 10.1590/S1413-81232011000300028
  19. Lucchese R, 2009, CAD SAUDE PUBLICA, V25, P2033, DOI 10.1590/S0102-311X2009000900017
  20. McPherson S, 2009, SOC SCI MED, V69, P1137, DOI 10.1016/j.socscimed.2009.05.032
  21. Silva A. T. C. da, 2008, Revista de Saude Publica, V42, P921, DOI 10.1590/S0034-89102008000500019
  22. Minayo MC, 2007, DESAFIO CONHECIMENTO
  23. Moraes M, 2008, CIENC SAUDE COLETIVA, V13, P121, DOI 10.1590/S1413-81232008000100017
  24. Motta Luciana Branco da, 2011, Cad Saude Publica, V27, P779
  25. Oliveira EM, 2006, REV SAUDE PUBL, V40, P727
  26. Reis M. J, 2010, REV SAUDE PUBL, V44, P1325
  27. Ronzani TM, 2008, CIENC SAUDE COLETIVA, V13, P23, DOI 10.1590/S1413-81232008000100007
  28. Silvestre Jorge Alexandre, 2003, Cad Saude Publica, V19, P839, DOI 10.1590/S0102-311X2003000300016
  29. Sousa MF, 2009, CIEN SAUDE COLET S1, V14, P1325, DOI 10.1590/S1413-81232009000800002
  30. Sousa M.F., 2009, PHYSIS REV SAUDE COL, V19, P711
  31. Tavares M.F.L., 2009, CAD SAUDE PUBLICA, V25, P1054
  32. Trindade LD, 2009, REV LAT-AM ENFERM, V17, P607